Com menos de 2 cm, novo escorpião amazônico é descoberto em Roraima; espécie é uma das menores do Brasil

  • 30/04/2024
(Foto: Reprodução)
Em artigo publicado na última sexta-feira (25), pesquisadores homenagearam aracnólogo responsável por acervo do Museu Nacional que pegou fogo. Comprimento do macho do escorpião Microtityus adriki varia de 12,4 a 15,2 milímetros Rogério Bertani Uma nova espécie de escorpião foi descrita por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), do Instituto Butantan e do Museu de História Natural de Nova York. Chamado de Microtityus adriki, o aracnídeo é um dos menores escorpiões brasileiros conhecidos. Segundo artigo publicado na última sexta-feira (25), na revista Zoosystema, o animal foi encontrado no município de Cantá, em Roraima. Nas medições, o tamanho do aracnídeo variou entre 12,4 e 19,5 milímetros, sendo a fêmea maior que o macho. Para efeito de comparação, a nova espécie com menos de 2 centímetros de tamanho é quase 7 vezes menor que o escorpião Jaguajir agamemnon (11 centímetros) e quatro vezes menor que o escorpião-amarelo Tityus serrulatus (7 centímentros). De acordo com os pesquisadores, todos os espécimes de M. adriki foram coletados com lanternas UV à noite, em afloramentos rochosos e na serapilheira da floresta amazônica. Além do padrão de cor que os camufla facilmente nas rochas e folhas do chão, durante a captura, os indivíduos comprimiam corpo, pernas e a cauda (chamada de metassoma) contra as rochas, dificultando a coleta pelos biólogos. Outro bastidor da história diz respeito ao nome “adriki”, que faz homenagem ao aracnólogo Adriano Kury, amigo da equipe de autores que atua no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Leonardo conta que, na época que iniciaram os estudos sobre a nova espécie, o Museu Nacional pegou fogo. “A perda do Museu Nacional é uma perda significativa para a aracnologia brasileira, então os indivíduos de várias espécie de escorpiões do Brasil que foram usados para descrição foram todos queimados. E o Adriano Kury fez essa coleção chegar onde chegou, então é um forma de homenageá-lo”, diz Leonardo Sousa Carvalho, aracnólogo da UFPI e um dos autores do artigo. Fêmea da espécie Microtityus adriki mede entre 15,7 a 19,5 milímetros Rogério Bertani Como todo escorpião, o novo exemplar também tem veneno, mas a substância ainda não foi analisada para conclusões sobre efeitos em outros organismos. O estado de conservação da espécie também não foi averiguado até o momento, mas há indícios de ameaças a ela. “O escorpião não ocorre dentro de unidade de conservação e a área em que encontramos o animal é um fragmento de mata ao sul de Boa Vista (RR), que pode ser completamente devastado pela ação humana”, expõe Leonardo. Ele ressalta que a ideia de que “quanto menor o escorpião, mais letal o veneno e vice-versa” nem sempre é verdade. Segundo o aracnólogo, há casos pelo mundo em que a regra parece servir, mas ela não se aplica à escorpiofauna brasileira. Sendo assim, o melhor é evitar generalizações. Foi a primeira vez que a genitália masculina de um escorpião do gênero Microtity foi descrita e, com isso, os autor esperam que novos trabalhos fiquem cada vez mais completos. “A ideia é que nos próximos a genitália de outras espécies seja descritas para poder comparar e testar se, de fato, todas são diferentes entre si”, comenta Escorpiofauna do Brasil Segundo portal do Laboratório de Ecologia e Evolução do Butantan, até 31 de dezembro de 2023, a escorpiofauna brasileira era composta por 182 espécies de 27 gêneros e quatro famílias: Bothriuridae, Chactidae, Hormuridae e Buthidae. Nesse conjunto, o gênero Microtityus é composto por 41 espécies, estas distribuídas em ilhas da América Central e no norte da América do Sul. Antes da descoberta do Microtityus adriki, o escorpião Microtityus vanzolinii - descoberto em 1983 - era o único representante do gênero no Brasil. Por outro lado, mais de 50% das espécies conhecidas de Microtityus foram descritas em países como Cuba e República Dominicana. Modelagem de distribuição potencial Ainda conforme Leonardo, o estudo contou com modelos de distribuição potencial do gênero Microtityus, que visa identificar áreas com maior probabilidade de abrigar espécies e/ou populações do grupo até então desconhecidas. “A gente coloca no mapa todos os pontos de ocorrência dessas 42 espécies do gênero e olhamos mais de 20 características do clima e da vegetação desses lugares. Depois, usamos um algoritmo que indica locais no mundo com características semelhantes a essa”, explica ele. Distribuição geográfica das espécies do gênero Microtityus Reprodução/revista Zoosystema No entanto, o sistema detectou que as duas espécies de Microtityus brasileiras ocorrem em habitats sem as características esperadas. “Isso sugere que talvez eles sejam bichos que existem lá há muito tempo, surgindo quando o clima ou a distribuição dos escorpiões era diferente”, comenta. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/04/30/com-menos-de-2-cm-novo-escorpiao-amazonico-e-descoberto-em-roraima-especie-e-uma-das-menores-do-brasil.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 5

top1
1. Mehmet Akif Alakurt - MODELO

Mehmet Akif Alakurt

top2
2. Mehmet Akif Alakurt - BORAN

Mehmet Akif Alakurt

top3
3. Mehmet Akif Alakurt - ADANALI

Mehmet Akif Alakurt

top4
4. Mehmet Akif Alakurt - FATIH

Mehmet Akif Alakurt

top5
5. Mehmet Akif Alakurt Príncipe

Mehmet Akif Alakurt

Anunciantes